És agora uma fotografia ao lado da minha insónia. Uma memória que me fala sobretudo, como todas as memórias, daquilo que não existiu. Nesta fotografia te esqueço. Meticulosamente, de cada vez que me esforço por reter-te e começo a inventar-te. Tudo em ti tem asas, agora - o te riso, os teus passos. Até nas poucas frases de que de ti recordo há um restolhar de penas. E deslizo para esta solidão demasiada humana de não poder voltar a ser sozinho, como era quando tu existias, nesta mesma cidade, e eu já nem sequer pensava em ti.
Inês Pedrosa, in "Fazes-me falta"
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