Largar o que há em vão
Tenho o teu abraço cheio
Com a solidão no meio
Que não me deixa abraçar
Tenho o teu olhar presente
E o desenhar do movimento do teu corpo a chegar
Tenho o teu riso sentado
Mistério do teu lado que preciso desprender
Tenho o corpo a correr
Tenho a noite a trespassar
Tenho medo de te ver
É perigoso este perfume
E a memoria do teu nome
É do fogo que nos une
Tenho espaço indeciso
Dá-me mais porque preciso
Mais um sopro do que tens
Deixa andar
Deixa ser
Quando queres entender o que não podes disfarçar
Escolhes não sentir mas não é teu para decidir
Se faz bem ao coração
Largar o que há em vão
Faz bem ao coração
(...)
É amar sem ser suposto
Tiago Bettencourt